Editorial

O oposto do sossego

Foi-se o tempo em que o sonho de ter "uma casinha pra fora" era sinônimo de sossego. Muitos sonham ainda em uma aposentadoria rural. Outros tantos lutam para evitar o êxodo, tão forte na nossa região nas últimas décadas pela desvalorização de algumas culturas e efeitos climáticos afetando outras. No entanto, um outro fator, como mostra a editora de Segurança do DP, Cíntia Piegas, na página 20 de hoje é a criminalidade em alta.

Basta conversar com um morador da zona rural de Pelotas para tomar o susto do que se tornou a nossa colônia. Refúgio de algumas facções, com as drogas chegando nos jovens e, nos últimos anos, aumento de arrombamentos em residências. Naturalmente mais fácil pela falta de vizinhança próxima, roubar casas no campo se tornou algo fácil para a bandidagem e o sinônimo de vida pacífica que já foi o campo, hoje é um local de preocupação. O lado positivo da reportagem é um indicativo de redução na zona urbana, que teve queda esse ano, após dois anos de índices elevados. Tomara que a situação se reflita no todo.

Mas, no campo, só nessa semana são pelo menos três relatos, mas a coisa já vem há alguns anos escalando. Além disso, chama atenção também a falta de registros nos órgãos de segurança. Pela dimensão rural que Pelotas tem e o labirinto que são as estradas, imagina-se que é muito difícil - para não dizer impossível - fazer um patrulhamento total. Por isso, o registro dos crimes é tão importante, já que ajuda a direcionar as ações dos órgãos de segurança para regiões mais afetadas.

Outra coisa que gera angústia é ver que mesmo após a barbaridade que é o crime em que o lar é violado, há quem siga sendo alvo de ameaças após a situação. É uma tortura psicológica redobrada: a primeira a de perder a segurança no lugar onde deveria ser refúgio. A outra é o medo constante de que algo irá acontecer novamente. Perde-se um pouco de fé em tudo.

Pelotas comemora há bastante tempo a redução em indicadores criminais, mas a zona rural segue preocupada com a insegurança. Dessa maneira, é essencial um olhar cada vez mais dedicado a essa região, que conta com uma população envelhecida e cada vez mais preocupada com o que vem se tornando essa parte do nosso Município.


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